A MORTE DE UM ANJO
As lágrimas ardem quando caem
Sobre meus pulsos cortados,
Mas eu sinto uma dor diferente,
Por eles vejo toda minha pureza indo embora
Já não basta apenas o vento em minhas asas
Para que eu possa voar
Um impulso! E me atiro do mais alto dos prédios
- minhas asas se despedaçam como vidro ao chão
A cera quente que escorre de meus olhos
Dão uma nova feição ao meu rosto
Desfigurado, diferente de tudo que já fui um dia
Não me reconheço mais
Meu vestido branco rasgado, tingido de sangue
Não diz mais de onde vim
E minha aureola já fôra encontrada,
E penhorada em um banco qualquer
Ajoelhado no chão, vendo meus pedaços por toda a rua
Tento somente a Lua, como testemunha desta dor
Sou imortal e descrente,
Não mais digno de ser um anjo
Rasgando meu peito,
Pra que dele saia todo o amor, toda a maldição
O fim daquilo que eu era,
O começo de uma nova existência, de dor e perdição
Abandono o céu, excomungo a mim mesmo
Me entreguei ao 7º filho de Lúcifer
E desse amor, tive apenas a destruição
E a morte do que fui um dia...
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